Uma carta para você, miga

Nice, Julho de 2016 - Nossa primeira aventura juntas

          Hoje pela primeira vez escutei que começar uma amizade é também se apaixonar e me fez lembrar do seu rosto na hora. E realmente, se eu tivesse de descrever meus sentimentos por ti eu poderia muito bem resumi-los dessa forma, sou completamente apaixonada por você. Talvez essa seja a amizade mais sincera que eu já tive nos meus vinte e cinco anos, você é a única pessoa que faz transbordar aquilo que já sou. Eu encontro dificuldades para descrever a nossa amizade, ela é muito singular. Não sei você, mas eu anseio poder viver com você tudo que eu não consegui vivenciar no tempo que você estava presente fisicamente comigo, mas talvez não emocionalmente como agora. Planejo centenas de viagens com uma mochila nas costas, um carro na estrada, um mar azul, um pôr do sol às 21h e rir ao seu lado até a barriga doer. Planejo que um dia eu possa correr para a sua casa com muitos docinhos, um filme, um seriado e que a gente possa se esconder do mundo por algumas horas.

          Sim, me bastam alguns minutos diários que eu pego meu celular e escuto a sua voz no whatsapp me contando sobre a sua rotina, o que não tá dando certo, o babado do fim de semana, a sua bronca, as suas conquistas e o seus conselhos. Sinto como se eu tivesse olhando seus olhos azuis enquanto você fala de política, feminismo, empoderamento. Sinto-me privilegiada por ter a sua confiança quando despe suas armaduras para me contar dos seus medos e do que aflige seu coração, te conhecendo como eu conheço eu sei que não é fácil para você demonstrar fraqueza e fragilidade. Mas você é o completo oposto de frágil, você está se tornando uma grande mulher, eu tenho orgulho de caminhar com você e de notar como você amadureceu em tão pouco tempo.

          Só posso agradecer por ter alguém tão companheira mesmo com um oceano nos separando. Obrigada por me ensinar o que é amizade e amor.


          Com carinho,

Gabi

ATENÇÃO: se essa carta não for para você não se assuste não, essa é uma declaração de amor sim, mas de amizade, tá?

Manual para viajar barato na Europa

Clichê ou não viajar é a melhor coisa que existe na minha opinião. Poder sentar na cadeira, planejar cada detalhe do meu roteiro, pesquisar para onde ir, como fazer, como ir, o que ver, o que comer, o que beber é super divertido! As vezes eu não tenho nem dinheiro e lá eu estou sonhando com a próxima viagem que farei. Claro que cada um possui um perfil viajante, tenho amigos que fazem tudo por agências de turismo e viajam só depois, outros gostam de viajar com excursões e guias mas eu gosto de fazer tudo sozinha e ir mochilando pelos lugares.

Muitos me perguntam como fazer essas viagens pela Europa e qual o custo delas, por isso resolvi fazer um post para repassar algumas dicas de como eu faço para montar minhas viagens.

MEIOS DE TRANSPORTE

Existem diversas opções para se locomover de uma cidade para outra e os preços variam bastante. Como a ideia é economizar sempre então eu acabo usando bastante o ônibus e o BlaBlaCar. O trem e avião seguem em segundo plano, porém se compradas com antecedência existem bons descontos, em especial o avião.

Ônibus: Ótima opção se você possui tempo, pois geralmente as viagens costumam ser bem demoradas. Os ônibus são consideravelmente confortáveis e em sua grande maioria são novos, com exceção da companhia Eurolines, os ônibus são equipados com banheiro, alguns vendem bebidas a bordo e a grande maioria com internet. Diferente aqui do Brasil os preços dos ônibus mudam às vezes dependendo do horário (ônibus que viaja de madrugada é mais caro) e também das datas (viagens perto ou em feriados são mais caras). As companhias que eu já usei são a FlixBus, MegaBus, OuiBus e Eurolines. Fica a dica para assinarem a newsletter das companhias quando forem viajar, pois direto eles soltam promoções que valem muito a pena ou códigos de desconto. Uma atenção especial à companhia MegaBus que vendem algumas passagens por somente 1€, eu mesma já viajei Paris - Amsterdam por esse valor. 

BlaBlaCar: O jeito mais antigo de viajar foi modernizado em um sistema maravilhoso de caronas pagas chamado BlaBlaCar. Nesse site você cria o seu perfil e você pode oferecer ou dividir viagens com outras pessoas por diversos lugares da Europa. O bacana desse site é que após as viagens você pode deixar um comentário sobre como foi o percurso com o condutor e o condutor escreve sobre você também, ou seja, antes de você fechar sua viagem você pode acessar o perfil de quem oferece a carona e ver se é uma pessoa legal, pontual e se dirige bem, assim você tem mais tranquilidade. O modo de pagamento é por cartão de crédito e o site cobra uma porcentagem de cada viagem e o restante é liberado ao condutor quando você fornecer um código que chega por SMS ao finalizar sua 'compra de carona' . Quase sempre essa maneira de se deslocar é a mais barata mas as vagas no carro acabam relativamente rápido, portanto não deixem para reservar em cima da hora, comecem a procurar pelo menos uma semana antes, você pode inclusive criar um alerta no site com o destino e o dia da sua viagem, assim você recebe em seu e-mail um aviso quando alguém criar uma viagem que te interessa. Não esqueçam que como terão outras pessoas no carro você geralmente não pode levar bagagens grandes, converse sempre com o condutor.

Trem: Viajar de trem é uma delícia, é confortável e rápido mas o preço quase nunca é bom! Se você tem menos que 25 anos você pode pagar um preço um pouco melhorzinho. Cada companhia de trem possui geralmente alguns 'pacotes' que você compra por X euros e viaja o quanto quiser em um número determinado de dias, mas sempre são caros, extremamente caros. Pra viajar de trem sempre pesquise com antecedência e talvez sim você poderá achar valores bons. Eu já achei trem Grenoble - Paris apenas 7€ mais caro que ônibus, valeu muito mais a pena, pois a viagem durou 3h30 ao invés de 8h30.

Avião: Eu só peguei avião no mochilão que eu fiz ano passado, através da Ryanair por preços muito bons, considerando que eram distâncias grandes. Vale a pena olhar sempre as passagens por lá, pela EasyJet, Vueling, Condor, WizzAir, etc... São muitas opções! O que eu posso indicar é pesquisar com antecedência, evitar viajar de sexta, sábado, domingo e segunda-feira. Os horários mais baratos geralmente são no meio do dia ou no fim da noite. Lembrem-se que viajar dessa forma é barata porém você só tem direito a levar uma bagagem a bordo de acordo com as políticas da empresa e para despachar a mala você deve pagar!


HOSPEDAGEM

Boa parte da grana da sua viagem pode morrer na hospedagem. Se você quiser economizar nessa parte esqueça o hotel, o serviço de quarto, o café da manhã super abundante e a mordomia. Aqui vamos de hostel, airbnb e couchsurfing.

Hostel: Se você não tiver problema em dividir quarto o hostel é uma ótima opção. Quanto mais pessoas dentro do quarto mais em conta sairá sua diária. Eu gostei bastante de ficar em hostel, conheci pessoas bacanas e não tive problemas quanto à segurança e nem para dormir. Utilize o site Booking ou HostelWord para pesquisar os preços e conferir as avaliações de cada lugar. Fique atento quando fizer a sua reserva, pois alguns lugares cobram uma porcentagem das diárias adiantado. 

AIRBNB: Ótima opção para quem viaja em grupo. No site você pode escolher diversas casas ou apartamentos de acordo com a localidade e preço. A grande maioria das vezes sai mais barato que um hostel se você dividir com seus amigos. 

Couchsurfing: Aqui a hospedagem sai de graça, com certeza um ótimo jeito de economizar. Você cria seu perfil no site, pesquisa o local que você pretende ir e o dia e você verá quais pessoas estão oferecendo uma cama, um sofá, um cantinho da casa dela para vocês. Assim como o BlaBlaCar você pode checar as avaliações que outros viajantes deram para eles e escolher alguém bacana. O mesmo vale se você quiser abrir a sua casa e conhecer outras pessoas. Só gostaria de atentar que isso não funciona como um hotel, você não vai simplesmente largar as coisas na casa da pessoa e seguir seu roteiro, a ideia do couchsurfing é você conhecer pessoas locais, fazer amizade e elas te levarem para passear e que vocês troquem experiências. 


ALIMENTAÇÃO

Alimentação sempre é uma das partes mais legais de viajar, experimentar novos sabores e textura com certeza marcou cada lugar que eu fui. Mas sair para comer em restaurantes em todas as refeições é impossível para quem tem um orçamento apertado. Durante a viagem eu normalmente separo uma quantia para fazer uma única refeição em um restaurante de comida local para experimentar, porém eu sempre fujo das áreas turísticas, que quase sempre apresentam comida meia boca e cara. 

Supermercados: Não sei vocês, mas eu A-D-O-R-O visitar um supermercado em lugares novos, sério mesmo, eu acho divertido saber o que as pessoas comem no dia a dia, quanto custa se alimentar como um nativo e que tem de bom que tem por lá e não tem por aqui. Ir ao mercado pode poupar o seu bolso, pois comprar comida é barato comparado à ir em restaurantes. Em minhas viagens o meu café da manhã, lanche e pelo menos o almoço ou janta são garantidos por uma visitinha ao mercado. Você encontra com facilidade pães, saladas prontas, patês, pedaços de pizza, tortas, sopas e massas (e outras coisinhas não veganas que eu não como) com preços bem em conta. Alguns lugares colocam a disposição microondas, talheres e guardanapos mas em dúvida coloque sempre na sua mochila um garfo, faca e papeis, eles serão úteis! Após suas compras procure um parque arborizado ou qualquer chão, ninguém vai te olhar feio, fique tranquilo!

Comida Árabe: Na Europa você encontra em qualquer canto uma portinha que vende comida árabe e elas são as mais baratas possíveis e costumam ser abundantes. Você consegue comer bem por 5€ e geralmente sempre com opções veganas.

Fast Food: Fast food na Europa é barato, não é como aqui no Brasil. Se a grana tá curta corra para um desses lugares e se esbalde em lanches, pizzas, massas e batata frita. 

Comida indiana e chinesa: Essa é uma boa opção, creio que após essas opções que eu listei, esta seja a mais baratinha. Você encontra esses tipos de restaurantes em qualquer lugar, vale a pena comer em um desses lugares se você está a fim de uma refeição um pouco mais saudável mas não tem como arcar com um restaurante de comida local.


COMPRAS

Não faça compras na Europa, não vale a pena! A não ser que você esteja viajando no período das Soldes e você tenha boas promoções em lojas de roupas, as vezes vale a pena mas nem tanto assim. Use seu dinheirinho para comer coisas diferentes e em atrações que você não verá em outros lugares.

Souvenirs: Pessoal, a China invadiu a Europa e a grande maioria das lembranças são fabricadas por lá e não aqui. Sem falar que as coisas costumam ser mais ou menos as mesmas coisas e só mudam o nome do local. Eu particularmente detesto isso, então eu procuro sempre artesãos locais que fabricam coisas diferentes ou produtos que foram fabricados no próprio país. Eu já comprei pinturas em aquarela, canecas, biscoitos, chaveiros e louças. Basta procurar, você pode ajudar pessoas que sobrevivem da sua arte ou a economia local.


ATRAÇÕES

Cuidado com as atrações para turistas, analise se realmente vale a pena e leia bastante sobre o local. Geralmente há muito para se ver e nós ficamos presos à clichês que na verdade nem são tão legais assim. Leve um bom sapato, calce-o e ande muito a pé, assim você poderá conhecer como um local vive, os lugares que eles frequentam longe dos olhares curiosos dos turistas, além de poder eleger os seus lugares preferidos. Separe os lugares que você pretende ver e compute o valor, na internet você pode checar isso (só não esqueça de ver se está atualizado, pois o valor costuma subir de ano para ano) e veja se vale a pena comprar cartão turístico, por uma certa quantia eles te dão o direito de visitar diversas atrações, dependendo do número de atrações que você for você economiza e algumas vezes fura filas gigantescas.


MONTAR O ROTEIRO

Eu não sou agente de turismo mas sou eu quem monto meus roteiros. Minhas viagens são independentes e eu tenho ciência que se alguma coisa der errado serei eu que terei que resolver. Portanto se você não está preparado para isso vá em uma agência de turismo, eles serão essenciais para você.
O Google nesse caso é o melhor amigo para a criação de um roteiro, você pode inclusive pegar roteiros prontos de viajantes que os compartilham em blogs ou fórum de viagens. Me arrisco a dizer que todas as informações da sua viagem você achará no Google, basta força de vontade e curiosidade. Busque informações em inglês também, você achará o dobro de dicas do que em pesquisas em português. 
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Espero que eu possa ter ajudado com algumas dicas e se você vier para cá não esqueça de me avisar!


Boa viagem!

Um resumo das andanças desse ano

Em março de 2011 foi a primeira vez que pisei em terras francesas. Peguei o avião sozinha em direção à Lisboa e de lá peguei outro voo à Paris. Foi amor a primeira vista! Eu sempre tive grande interesse por essa terrinha, especialmente pelas músicas, cultura e gastronomia, mas ao botar meus pés todo esse sentimento de admiração virou obsessão e eu coloquei na minha cabeça que eu precisava morar lá! Como eu de fato fui parar lá é história pra outro post, mas a questão é, eu fui pra lá!

No fim de agosto de 2015 eu peguei minha malinha e parti para Grenoble para morar e estudar, seguindo minhas vontades e meu sonho. Eu sabia que seria difícil mas eu não fazia ideia que eu estava desembarcando em um dos períodos mais difíceis da minha vida, muitos falaram para eu desistir, que não valia a pena tanto desgaste, mas hoje eu vejo como eu cresci e talvez tudo aquilo que aconteceu tivesse que acontecer para que eu aprendesse certas coisas. Eu fiz um breve resumo desses meses, separei o ruim do bom.

Sobre meus pequenos pesadelos: eu despi sentimentos que achei não ter mas que estavam adormecidos em mim, esperando apenas aquele momento para aparecer. Fui sufocada por crises de ansiedade, daquelas que te pegam ao acordar, ao entrar no ônibus para ir à Universidade e dentro da sala de aula, que sufocam seu peito, te fazem achar que respirar é difícil e transformam tarefas cotidianas em trabalhos árduos. A crise de ansiedade me presenteou com medos e vergonhas irracionais. Eu vi minha saúde escorrendo pelas mãos, fiz uma cirurgia pela primeira vez na vida, fui internada por duas semanas com uma infecção bacteriana renal que me renderam muita febre, muita dor e muito nojo pela culinária francesa hospitalar. Ah, descobri também que tenho endometriose! Além disso me despedi de um grande amor, daquele tipo que você ache que será para a vida inteira e eu sangrei! Como eu sangrei! Achei que nunca mais iria encontrar amor! Senti na pele o que é ser invisível pelos coleguinhas de classe e posso afirmar que não foi NADA legal.
Foram todos dias muito difíceis e que eu achei não seria capaz de passar, me perdi, perdi meu chão, minha paz mas no final me achei e também achei algo chamado 'amor próprio'.

Mas nem só de coisas ruins meu ano se resumiu, eu fiz coisas maravilhosas, inesquecíveis e que eu achei que eu nunca faria na minha vida.

Sobre meus momentos bons: eu vou começar falando das minhas viagens, apesar da grana curta eu viajei muito. Além de ter desbravado Grenoble, eu passei por Paris, Lyon, Annecy, Chambery, Nice, Milão, Florença, Pisa, Lucca, Gênova, Amsterdam e Texel. Foram muitos quilômetros rodados e a grande maioria de carona ou ônibus que eu contarei em outro post também. Fiz grandes amigos por lá, franceses, brasileiros, peruanos, venezuelanos, iranianos, etc. Estes mais uma vez me mostraram, assim como em Assis, que quando estamos longe de nossa família o nosso coração encontra pessoas que nos ajudarão como se fossem do mesmo sangue que o nosso. Fica aqui o meu abraço e minha gratidão (Bruna, Hugo, David, João, Milagros, Elie, Amanda, Gabriel, Vinícius, Michael, Hamid, Ivan, Jérémy e Dani). Eu vi neve pela primeira vez, toquei, brinquei, comi e foi muito lindo, brigada David! Eu descobri que era possível amar de novo e que eu merecia ser amada de volta. Eu fiz couchsurfing pela primeira vez na vida em Nice com a minha melhor amiga Mayara em uma viagem muito doida (mais um novo post) e eu ofereci couchsurfing também. Ajudei a cozinhar um jantar de Shabah para MUITOS israelenses que eu nem conhecia. Resgatei uma amizade que tinha ficado perdida lá atrás e achei alguém que tava se ferrando como eu, não é mesmo Jessica? Eu finalmente pude curtir uma amizade fisicamente com a Karla, que me conhecia desde os 15 anos mas que o tempo nunca havia nos deixado aproveitar juntas. Eu fui passear de moto nas montanhas em torno de Grenoble com o Elie e foi uma das experiências mais lindas da minha vida! Por falar em Elie ele também me levou em um bar de vinhos com um sistema muito louco de -degustação-automática-à la carte-. Eu finalmente aprendi a falar francês (com muitas ressalvas hahaha), apresentei muitos trabalhos em francês achando que iria morrer e também aprimorei meu inglês. Eu vi fogo saindo da terra e o usei pra fazer hambúrgueres veganos para os amigos. Eu visitei dois dias seguidos um lago maravilhoso, Lac de Monteynard de um azul/verde que é difícil de descrever e atravessei 'passarelas himalaias' de metros e metros de altitude por cima dele. Reencontrei meu amigo de infância e seu marido, Sinuhe e Geert em belíssimos dias por Amsterdam, acompanhada pelo meu queridinho Hugo e depois partimos para Texel para acampar pela primeira vez nessa fantástica ilha holandesa. Comecei um curso de mergulho, o qual não finalizei mas que está nos planos para ser completado nos próximos meses. Comi e bebi coisas super diferentes. Levei a minha mãezinha linda pra passear na França. Me viciei em chá e café. E ri até a barriga doer, muitas vezes por sinal, com a minha irmã grenobloise/brasileira/vendedora de tapioca Bruna.

Foi um ano lindo, triste, doido, engraçado, de muito conhecimento, de empoderamento e que me deram certeza de que eu posso lutar e ser feliz.

Estou ansiosa para ver o que virá por aí no meu segundo ano.

E um grande obrigada aos meus pais que trabalham tanto pra me ajudar por lá.

Fiquem com uma fotinho da vista da minha residência em Grenoble

Enfim você chegou, Primavera!

Tudo bem que todos os franceses falaram que o clima estava bem mais ameno que o costume, mas eu estou orgulhosa, sobrevivi ao meu primeiro inverno europeu!
Foram muitos dias de camiseta em cima de camiseta, meia quentinha, cachecol e casacão, de bocas rachadas por causa do vento, de narizes gelados, de garganta raspando porque o aquecedor ressaca o ar e do ritual tire-os-casacos-quando-entra-em-algum-lugar-põe-tudo-de-volta-quando-sai. Mas esses dias estão contados, pois a primavera chegou e o calorzinho (que aparece ainda bem tímido) também.

É notável a mudança no humor por aqui. O Sol realmente aquece nossos corações e todos correm para aproveitar. Os parques voltaram a encher e as mesas que ficam fora dos cafés e restaurantes estão ocupadas. Até eu fui contagiada pela alegria de um dia ensolarado, comendo uma baguete de tomate seco, sentadinha na grama da faculdade com a menina Bruna.

As montanhas cobertas de neve em Grenoble com certeza irão fazer falta na paisagem!

Mas eu, eu só quero colocar o meu vestido e meu chinelinho. Le printemps est arrivé, gente!

O primeiro

Há tempos venho escrevendo em folhas avulsas de papel e diários sem sequências um pouco das minhas loucuras, dos meus sonhos e meus medos. Essa prática me ensinou a retirar um pouquinho daquela ansiedade que insiste em aparecer quase sempre por aqui e me dar um pouco de fôlego para continuar sem pirar.

'Wander' significa vaguear, andar sem uma direção determinada, muitas vezes sem propósito. Wander faz parte de mim, eu vagueio muito em busca de achar quem eu sou, por isso o nome do blog 'Wander Gabi - series of my wanderings...' Esse é um projeto de mim para mim mesma com o objetivo de me empoderar, de registrar minhas andanças por aí, de colocar em palavras tudo que está aqui dentro, de me conhecer e de quem sabe descobrir quem é Gabriela.

Se você quiser se juntar a mim e acompanhar minha jornada, bem vindo a bordo!